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Que critérios definem as promoções nas empresas?

Muita gente passa pela mesma situação: trabalha tanto ou mais que os outros, veste a camisa da empresa, nunca falta e acha que merece um salário melhor, o que na maioria das empresas costuma vir através de promoções de cargo e não aumentos espontâneos. Só que nada disso aconteceu, certo?

O que pode estar acontecendo, talvez, é a existência de um abismo entre o que você acha que precisa fazer para ganhar mais (ou ser promovido) e o que a diretoria espera de você.

O que eu gostaria de compartilhar aqui é um pouco da minha vivência ao longo de 20 anos de carreira. Comecei como operador, depois promovido a coordenador, então gerente e finalmente diretor em cargos ligados à tecnologia e marketing em um número pequeno de empresas, porém de todos os tamanhos. Não sou especialista em RH e não tenho a mínima pretensão de dar a palavra final sobre o assunto. Por outro lado, já promovi e demiti muita gente e essas experiências foram marcantes, a ponto de não me deixarem esquecer os critérios que utilizamos (a decisão sempre envolveu mais gente) ao decidir por um ou por outro. Assim, espero conseguir compartilhar com vocês as regras escritas e não escritas que definem as promoções nas empresas onde trabalhei e também aqui nas nossas unidades AlphaGraphics.

Comecemos então com um clichê: “o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”. Se virou clichê, é porque foi repetido muitas vezes por uma boa razão, certo?

É fato: toda a empresa depende de bons resultados, o que na maioria das vezes significa “lucros” e para isso depende do empenho de seus colaboradores. Isso não está necessariamente ligado ao número de horas que você trabalha, nem com seus horários (se não bate cartão), mas sim com os resultados positivos que produz.

Um exemplo pessoal: em uma empresa onde trabalhei antes de vir para a AlphaGraphics, meu chefe chegava por volta das 10:30 horas e saía logo depois das 18 horas, um número reduzido de horas de trabalho para um cargo de diretor para uma empresa nacional de grande porte. Claro que nem todo mundo podia fazer isso na empresa, havia aqueles que prestavam algum tipo de atendimento ao cliente cuja pontualidade e assiduidade eram fundamentais, mas no caso do meu chefe, ele precisava entregar ótimos resultados, o que conseguia na maioria das vezes.

Como? Dotado de grande inteligência, ele substituía a longa jornada de trabalho comum aos executivos por alta produtividade, isto é, ao invés de tomar vários cafezinhos ao longo do dia, participar de reuniões intermináveis e estender o tempo de almoço além do necessário, ele fazia tudo com rapidez, objetividade e foco, sem desperdiçar tempo, além de poder contar com uma equipe de primeira linha a quem podia delegar tarefas. Claro, nem tudo eram flores. Nas emergências e problemas, lá estava ele trabalhando nas madrugadas e finais de semana, pois ainda que procurasse priorizar sua qualidade de vida, isso não vinha em detrimento de suas responsabilidades.

O fato é que meu antigo chefe - hoje um amigo admirado e querido - conseguiu unir qualidade de vida com bons resultados, que lhe conferiram o que era necessário para dar o próximo passo em sua carreira: mérito. Eis o primeiro critério para uma promoção: você precisa merecê-la.

Óbvio? :-) Não exatamente, porque ainda tem muita gente que acha que faz jus a uma promoção só porque trabalha há muito tempo na empresa, é ou não é? Claro, o tempo de casa ajuda no que tange ao relacionamento e à experiência, mas bons resultados apresentados de forma consistente falam mais alto.

Já aquela pessoa que se mata de trabalhar, mas não produz bons resultados passa a mensagem contrária, isto é, de que pode não estar apta para o cargo, pois trabalha mais do que o necessário e produz pouco. Trabalhar muito não quer dizer nada se não produzir resultados positivos para a empresa.

Se você produz bons resultados, isto é, resultados acima da média, você já deve ter ⅓ do que julgo necessário para a sua promoção. Quando você se destaca, nós na direção pensamos imediatamente em um meio de reconhecê-lo, geralmente através de uma promoção. Entretanto, quisera fosse assim tão simples...

Não é por acaso que cargos mais altos são mais bem pagos e tem mais benefícios. Com eles vêm mais responsabilidades e mais riscos para o colaborador e para a empresa e se tem uma coisa que a direção não quer é assumir riscos desnecessários. Um caso muito comum é aquela pessoa que desempenha muito bem em um determinado cargo, quer e tem mérito para ser promovida, mas como não sabe gerenciar pessoas, não tem condições de assumir a chefia do departamento.

Imaginemos, no entanto, se a direção vai em frente e promove esse colaborador...  a empresa terá trocado um colaborador de bom desempenho por um chefe ruim, que poderá comprometer todo o departamento. Se não for possível corrigir o problema a tempo, a direção se verá obrigada a demiti-lo para evitar o pior, não sem grande constrangimento.

Demitir um colaborador com bom histórico na empresa é uma das decisões mais difíceis que a diretoria precisa tomar, mas se ele foi promovido erroneamente, pode ser que não haja outro jeito, porque nas empresas, ao contrário do futebol, não há rebaixamento. O que fazemos para evitar isso é identificar nos colaboradores aquilo que você deve procurar demonstrar no seu dia a dia profissional: potencial para assumir responsabilidades maiores.

Como geralmente cargos mais altos implicam na responsabilidade por equipes cada vez maiores e resultados cada vez mais difíceis de serem alcançados, o que se espera identificar nos candidatos a uma promoção é capacidade de liderança proporcional à responsabilidade a ser assumida. Liderança é um termo amplo, eu sei, mas gosto de definir o líder como aquele que assume para si a responsabilidade e consegue mobilizar as pessoas e os recursos necessários para obter os melhores resultados, conquistando o respeito de todos (espero que minha memória não me falhe e eu não esteja citando algum autor sem dar os devidos créditos!).

As empresas tem vários meios de analisar o seu potencial. O seu posicionamento durante as crises e reuniões é uma delas, outra são as sugestões e inovações que você traz para a sua área e para a empresa como um todo. Outra ainda, muito comum, é dar cada vez mais desafios a você, às vezes até mais do que aquilo com o qual você consegue lidar, para ver se consegue priorizar o que é realmente importante e tomar boas decisões mesmo sob pressão. Muita gente se revolta com isso, achando que trabalha mais que os outros e não é recompensado. Cuidado! Pode ser apenas um teste, porque a empresa quer diminuir o risco de errar se decidir promovê-lo.

Pois bem, se você tem mérito e potencial, parabéns! Você está na fila da promoção!

Peraí, fila!? Sim, fila. Porque mesmo que você seja ao mesmo tempo a prata da casa e o último biscoito do pacote, ainda é preciso haver a terceira e última parte, vital para que tudo dê certo: a oportunidade. Não duvide, se as demissões estão entre os piores momentos da vida profissional, as promoções certamente estão entre os melhores. É bom recompensar as pessoas, fazer justiça ao bom desempenho, vê-las crescendo na profissão e na vida pessoal. Isso cria motivação, lealdade e entusiasmo na empresa como um todo, o que em última instância se reverte em bons resultados e - por que não? - felicidade para todos. Seria ótimo poder promover um colaborador imediatamente ao identificar nele mérito e potencial, mas nem sempre há posições disponíveis ou que se encaixem no seu perfil; e a empresa não pode criar cargos simplesmente porque precisa recompensar bons profissionais, do contrário ela não será eficiente ou competitiva no mercado.

O profissional que tem mérito e potencial precisa ter também paciência até que surja a oportunidade certa. Claro, ele tem direito a questionar seu chefe sobre suas perspectivas de crescimento, pedir feedbacks, demonstrar vontade de crescer na carreira, porém tudo sem deixar que a ambição e o imediatismo turvem a sua visão. Buscar oportunidades no mercado é uma alternativa justa, mas com seus riscos, pois uma nova empresa representa também novos desafios e o seu saldo de méritos zerado, isto é, você precisará mostrar a que veio em um território pouco conhecido.

Outra coisa que um profissional deve evitar a todo custo, se o reconhecimento não vier no tempo esperado, é a desmotivação, porque ela afetará os seus resultados e com isso o seu mérito. Desmotivação pode pode levar ao pessimismo que acaba prejudicando a equipe e o próprio profissional, mais até do que ele imagina, pois, veja só:

Uma característica comum aos grandes executivos e empresários é o otimismo. Eles podem adotar uma posição mais crítica ou mais realista algumas vezes, mas sempre crêem que as coisas vão melhorar e procuram deixar uma mensagem positiva. Faz todo o sentido: imagine, por exemplo se o presidente da Coca Cola fosse um cara baixo astral e saísse por aí dizendo que não acredita mais na empresa? Que mensagem isso passaria aos milhares de clientes, acionistas e colaboradores da empresa? Portanto, se um dia você quer ser um grande executivo, comece a adotar uma atitude positiva desde já!

Por último, tenho certeza que você jamais faria isso, mas não custa reforçar: se aquilo que se espera não vier no tempo esperado, jamais, sob hipótese alguma, buscar compensações “alternativas” para a falta de reconhecimento, tal como “ fazer corpo mole”, cavar horas extras para aumentar os rendimentos, burlar as normas da empresa a seu favor e coisas do tipo. Questões profissionais, éticas e morais à parte, o custo é muito maior que os benefícios: perde-se o respeito dos superiores e dos colegas, além de minar definitivamente qualquer chance de promoção. Pode parecer que não, mas as pessoas percebem essas coisas, mesmo que não falem. Com o tempo, custará o que se tem de mais precioso: a reputação. Aí sim, comprometerá a carreira para sempre, pois ninguém que se preocupa com a própria reputação recomendará, contratará ou promoverá um profissional que não seja digno de confiança - e hoje em dia sem networking não se vai longe.

Peço desculpas pela longa postagem, mas foi feita de boa fé, na esperança de ajudar pelo menos um pouquinho você a conquistar sua tão sonhada promoção. E lembre-se: mérito, potencial e oportunidade!

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